quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Flash Gordon (1980/USA)



Este tem um lugar especial no meu coração. De tantas vezes que o vi, numa cassete de VHS gravada nos anos 80, com o simbolo do canal 1, quando este era o numero um dentro de um quadrado, que a mesma deixou de funcionar.

Sinopse: Uma data de acidentes naturais e outros menos naturais tem invadido a terra nos ultimos tempos. Flash Gordon é um jogador de futebol americano que regressa de férias num avião “privado”, juntamente com a jornalista Dale Ardon. De repente uma enorme tempestade começa e o avião acaba por se despenhar na casa de um cientista maluco, que diz que a terra está sobre ataque do espaço e que obriga Flash e a miuda a irem com ele num fogete para o espaço. Quando acordam estão num planeta estranho, cheio de povos diferentes, controlados pelo imperador Ming, “ruler of the Universe”, imperador este que também é quem está a causar o caos na terra.
Depois temos todo o tipo de peripécias, começando com homens passaros, guardas com cabeça de ovo, criaturas nojentas, concubinas a lutar, lutas com chicotes, etc, etc, etc, claro que no final Flash Gordon salva o mundo.

Critica: Epá claro que os cenários são feitos de papelão e que os fatos dos personagens foram comprados por alturas do carnaval no Jumbo de Almada, mas reparem que estamos nos anos 80 e será que isso interessa mesmo se entramos no espirito do filme?
Os actores são obviamente más especialmente os dois principais, acabando por safar o filme Max von Sydow no papel de Imperador Ming, Timothy Dalton (muito melhor do que em qualquer James Bond) e Brian Blessed, como Prince Barin e Prince Vulcan. Sam J. Jones no papel de Flash, é obvimente muito limitado em termos de representação embora tenha o perfil fisico ideal para o papel, o mesmo se poderá dizer de Melody Anderson. É obvio que nenhum desdes dois voltou a fazer nada de relevo até ao final das suas carreiras. Ornella Muti no papel de filha do Imperador, numa das poucas incursões no cinema americano, parece um bocado perdida.
Interessante é a relação entre o mundo de Ming e uma ditadura no nosso planeta, acontecendo mesmo numa altura em que a policia secreta de Ming tenta apagar a memória de Zarkov com um laser azul, e em que aparece uma imagem de Hitler, a frase “this one was promissing” proferida pelo fiel conselheiro de Ming, que no filme é pau para toda a obra.
De referir ainda uma cena especialmente inspirada no filme, em que Flash Gordon luta contra a guarda imperial, como se estivesse a jogar futebol americano. A guarda imperial a levar obviamente uma tareia, fazem Ming proferir a seguinte frase “Klytus, are your men on the right pills? Maybe you should execute their trainer!”
Acompanhado pela musica dos Queen, numa das melhores bandas sonoras alguma vez feitas, numa mistura de rock com algumas musicas futuristas à Jean-Michelle Jarre (será assim que se escreve), este filme é uma pérola que acabou por nunca ter o reconhecimento merecido.

Acima de 10: O mundo de Ming, as fatiotas, a história ridicula, as personagens, os diálogos (alguns são de chorar a rir) e é claro a banda sonora.

Abaixo de 10: O facto de já não se fazerem filmes assim...
Nota: 17 valores, é delicioso!

Sem comentários: